sábado, 27 de fevereiro de 2010

Jogos Africanos


Em acordo com as Leis nº. 10.639/03 e 11.645/08, publico esta postagem com orientações sobre como aplicar jogos africanos em sala de aula, que podem ser utilizados num projeto de ensino-aprendizagem de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Os jogos são muito instigantes, podem ser aplicados em todos os ciclos da Educação Básica, nas disciplinas correspondentes às leis citadas.
Esses jogos, oriundos de uma cultura aparentemente desconhecida pelos educandos, tornam-na interessante por incitar ao raciocínio. As informações sobre história, origem e regras destes jogos já alcançam o objetivo de apresentar aos alunos algo da cultura africana. Porém, neste projeto pôde-se ir além: ao final dos trabalhos, os educandos desenvolvem outros conhecimentos, como a geografia da África, seus diversos países, bandeiras e até mesmo sobre a arte e a fauna específicas do continente africano.

Yoté - jogo africano
Este jogo, muito popular em toda a região oeste da África (particularmente no Senegal), é uma das melhores escolhas para a introdução do educando à cultura africana e, ao mesmo tempo, convidá-lo a desenvolver seu raciocínio e sentido de observação.


Em alguns países africanos, os jogos de estratégia, como o Yoté, estão muito ligados às tradições. As táticas de jogo são verdadeiros segredos de família, passados de geração em geração; as crianças são iniciadas ao conhecimento do jogo quando estas se mostram aptas ao raciocínio estratégico. Entre alguns povos, este jogo é reservado exclusivamente aos homens, e às vezes, é usado para resolver conflitos entre eles. Outro motivo que faz o Yoté popular, principalmente no Senegal, é o fato de que os jogadores e os espectadores fazem apostas baseadas neste jogo.
Em muitos grupos infantis, as crianças costumam traçar o tabuleiro na areia, utilizando como peças pequenos cocos, sementes, pedras ou qualquer outro recurso facilmente conseguido.
Classificado entre “os melhores jogos da infância” pelo Comitê Internacional da UNICEF, este jogo desenvolve muito a sagacidade e o sentido de observação. Com uma estrutura e regras totalmente baseados em estratégia, o Yoté incentiva o educando ao raciocínio, desde o posicionamento da primeira peça até a percepção de que se ganhou ou perdeu a partida. Vale ainda destacar a semelhança das regras do Yoté com o jogo de Damas, muito popular entre os brasileiros.

Oa africanos e seus descendendentes na história do BRASIL


Desde que chegaram ao Brasil, em 1500, os portugueses tinham esperança de enriquecer com o comércio de produtos da terra que pudessem interessar aos compradores europeus. Mas aqui não encontraram o que esperavam. Aqui não havia as mercadorias valiosas que conheciam,nem as pimentas da índia, nem o ouro que existia na Guiné, no continente africano. Existia o pau-brasil, que eles logo começaram a explorar.Mas o que havia de mais valioso eram mesmo as terras do Brasil.Terras férteis, de uma vegetação exuberante e de uma vastidão interminável. Nada que se pudesse comparar com o pequenino Portugal. Foi por isso que, aproveitando a abundância da terra, eles começaram o plantio da cana, para produzir o açúcar que podia ser vendido muito caro na Europa. E, para plantar cana e produzir açúcar, era preciso muita gente para trabalhar. Onde encontrar essa gente? Estavam bem ali, ao alcance da mão. Eram os índios. Naquele tempo, os europeus pensavam que os povos indígenas que encontravam na América não eram gente como eles. E é claro que eles eram diferentes. No Brasil, eles andavam nus e viviam de um modo que não se parecia nada com aquilo que os portugueses conheciam. As aldeias onde moravam, no meio da floresta, eram diferentes das aldeias e vilas de Portugal e eles tinham outros costumes. Conheciam como a palma da mão o território onde viviam e seus deuses eram as forças da natureza que dava a eles seu sustento. Nada sabiam do Deus dos cristãos. Por isso os europeus chegavam até a duvidar que os índios tivessem alma e que fossem verdadeiros seres humanos. Eram selvagens que eles precisavam civilizar. Os índios eram diferentes dos europeus e por isso os europeus achavam que eles eram inferiores. Para que tivessem algum valor, era preciso que se tornassem idênticos a eles. Era preciso catequizar os indígenas, convertendo-os a qualquer custo ao cristianismo. E era preciso ensiná-los a viver em aldeias como as da Europa e trabalhar como os europeus. Como não estavam acostumados a viver e trabalhar desse modo, era preciso obrigá-los a trabalhar e viver assim. Era preciso transformá- los em escravos dos colonos brancos portugueses. Nessa época, os portugueses já tinham viajado muito pela África e conheciam os negros do continente, porque controlavam a venda de escravos africanos para a Europa. Por isso, quando chegaram ao Brasil, eles chamaram os índios de negros da terra e passaram a escravizá-los, como já faziam com os negros da África.
Fugindo da escravidão, os índios foram se afastando do litoral, refugiando- se cada vez mais longe no interior do território brasileiro. E logo os portugueses começaram a organizar expedições para ir atrás deles. Essas expedições, organizadas pela gente de São Paulo de Piratininga, eram chamadas bandeiras. Os bandeirantes capturavam as populações indígenas para o cativeiro e ao mesmo tempo também tomavam posse de suas terras, para dividi-las entre os colonizadores. Assim eles iam conquistando o território do Brasil. No entanto, não demorou muito para que os bandeirantes passassem a ter maiores ambições.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

EDUCAÇÃO QUILOMBOLA

Para elevar a qualidade da educação oferecida às comunidades quilombolas, o Ministério da Educação oferece, anualmente, apoio financeiro aos sistemas de ensino. Os recursos são destinados para a formação continuada de professores para áreas remanescentes de quilombos, ampliação e melhoria da rede física escolar e produção e aquisição de material didático.
Levantamento feito pela Fundação Cultural Palmares, órgão do Ministério da Cultura, aponta a existência de 1.209 comunidades remanescentes de quilombos certificadas e 143 áreas com terras já tituladas.
Existem comunidades remanescentes de quilombos em quase todos os estados, exceto no Acre, Roraima e no Distrito Federal. Os que possuem o maior número de comunidades remanescentes de quilombos são Bahia (229), Maranhão (112), Minas Gerais (89) e Pará (81).
Estudos realizados sobre a situação dessas localidades demonstram que as unidades educacionais estão longe das residências dos alunos e as condições de estrutura são precárias, geralmente construídas de palha ou de pau-a-pique. Há escassez de água potável e as instalações sanitárias são inadequadas.
De acordo com o Censo Escolar de 2007, o Brasil tem aproximadamente 151 mil alunos matriculados em 1.253 escolas localizadas em áreas remanescentes de quilombos. Quase 75% destas matrículas estão concentradas na região Nordeste.
A maioria dos professores não é capacitada adequadamente e o número é insuficiente para atender à demanda. Em muitos casos, uma professora ministra aulas para turmas multisseriadas. Poucas comunidades têm unidade educacional com o ensino fundamental completo. Contatos: (61) 2104 9262 / 9183

sábado, 20 de fevereiro de 2010

A História do povo Kalunga

O Brasil é um país de culturas e tradições múltiplas, algumas pouco conhecidas de nossas crianças e jovens.
Na medida em que conheçam a história do povo Kalunga, seu povoamento
no interior de Goiás, sua peculiar ocupação da Chapada dos Veadeiros, a
presença incontestável da cultura africana e a permanência de valores e
costumes dos tempos coloniais, nossas crianças e jovens compreenderão
melhor a diversidade étnica e a pluralidade cultural de nosso país, ao mesmo
tempo que aprenderão a respeitar as singularidades das culturas e dos
povos e a entender a identidade nacional.
UMA HISTÓRIA DO POVO KALUNGA deve estar presente no cotidiano das
escolas, fundamentando e estimulando, entre a população brasileira, estudos,
valores éticos, atividades didáticas e projetos de pesquisa.

Paulo Renato Souza